terça-feira, dezembro 16, 2008

Um Toninho aos saltos

Raismapartam se eu não tinha pensado neste gajo, mesmo hoje de manhã, quando lia que o Manuel Alegre já não diz que disse o que disse, no seu habitual nem sim nem não, antes pelo contrário.

A histeria maratonista louçaniana de uma alternativa que vá a votos, saída da boca de Manuel Alegre, contrasta com o BE a concorrer sozinho às legislativas, como disse o seu líder numa entrevista à RTP. Isso passou tudo a secundário. Mesmo com todas as contradições inerentes às duas figuras, que não são mais que as contradições evidentes de quem não tem uma linha de rumo ou um fio condutor por onde possa pegar-se. Alegre pode bem falar no milhão de votos, que não terá ao lado de Louçã, e Louçã iludir-se com mais um agregado, que ao BE apenas trará ainda menos coerência e credibilidade. E as franjas - tão queridas ao BE - jamais votarão Alegre por tudo o que ele representa em três décadas de Parlamento: nada.

Se pessoalmente me deixa fulo da vida o tom Eduardo Sá com que às vezes fala comigo, também é verdade que Rock me proporciona momentos interessantes de debate. Para quem não conhece, é mais ou menos como aquele gajo que deixa o porto numa caravela para chegar à Índia mas, quando vai a ver, percebe que chegou às Berlengas - e justifica: As Berlengas também são um continente, só que em pequenino.

Não deixes é cair o R à Revolução, nem subestimes o poder da rua. Tira-te algum brilho e a história mais ou menos recente vai-te provando o contrário. Para além de deixar-te demasiado parecido com quem concebeu estes outdoors, em 2004, lembras-te?


A terminar, meu caro, as revoluções são como o amor: eternas enquanto duram. E eu, que nem sou um romântico, acredito que há amores que podem ser para toda a vida.

2 comentários:

Rock Santeiro disse...

Vou começar à "Eduardo Sá" e pelo fim da tua prosa. És tão romântico como eu... Amores, há-os para toda a vida há, só não sabemos onde estão. Ou vamos encontrá-los nos momentos finais da mesma.
As tuas apreciações críticas à laia do CC do PCP são-me muito familiares. Obrigam-me é a soletrar-te as ideias das palavras.
Tentei ver de cima o que está a acontecer - ou de baixo, para não me chamares pomposo. Pelo menos, tento ver de fora para estar preparado. Eu não leio os acontecimentos da forma como eles devem ser, mas humildemente da forma como os vejo. Posso é vê-los mal, o que é natural.
Mas sempre que saí de viagem - apesar do optimismo patente na rábula das Berlengas - nunca encalhei na península coreana ou na grande ilha cubana. Esses sim, são relevos geográficos que não se podem confundir com grandezas continentais.

Ricardo M Santos disse...

Não me desiludas... Tu sabes que eu sei que consegues fazer melhor do que cair nesse disparate da Coreia...