quarta-feira, março 17, 2010

A casa dos outros

Nada tenho a ver com a vida interna do PSD, nem de outro qualquer partido que não seja o meu. No entanto, a impreparação e amadorismo dos três candidatos à liderança do PSD, mas também do restante aparelho, são anedóticas. Não é preciso ser um génio para perceber que a norma aprovada em congresso seria aproveitada politicamente pelo PS - de uma forma ainda mais absurda, levando o caso à AR.

Por isso, não deixa de ser curioso que ninguém no PSD, antes da aprovação - então uma hipótese que veio a verificar-se - se tenha lembrado de passar os olhos pelos estatutos do PS, e verificar o artigo 94.º. Não era preciso muito.

Noutra casa, noutro quadrante, decorre uma novela que passa ao lado dos media dominantes.

Logo que Alegre anunciou a candidatura à presidência, o Bloco anunciou o seu apoio. Pareceu-me, logo na altura, precipitado, mas, lá está, é na casa dos outros. Mais recentemente, Nobre apresentou também a sua candidatura, que agradou a muita gente do BE. Agora, um grupo de militantes pretende uma convenção extraordinária- um congresso, para quem não sabe - para rever a questão.

A direcção do Bloco - não sei se chama assim, mas não me apetece pesquisar o termo - ter-se-à pronunciado sobre a iniciativa, num comunicado que não encontro no site, que até já mereceu uma reacção contrária de um dos movimentos que esteve na origem do BE. O dono da blogosfera oficial bloquista já se pronunciou e faz de porta-voz da defesa da direcção. O link para o Arrastão surge apenas para que se perceba a história, tendo em conta a ausência de notícias. Ressalvo que deixei de visitar Arrastão aquando das mentiras que o dono do blog escreveu e jamais desmentiu.

O que aqui me preocupa não é a vida interna do Bloco. É antes o total silenciamento que esta questão está a merecer por parte da comunicação social. A única referência que vi surgiu numa breve do JN no sábado passado.

Na véspera de um dos actos eleitorais do ano passado, o Público divulgou uma notícia, que já não me lembro se foi manchete, mas que deu uma página inteira, com o abandono de um(!) militante do PCP, que, curiosamente, como veio a ser reconhecido, já estava longe política e ideologicamente do Partido. Qual é o critério da informação?

Esta não é uma questão menor. O BE tem cerca de 7.000 militantes e parece-me que são muito poucos para que esta divisão continue a passar ao lado de toda a imprensa. Se fosse num Partido que eu cá sei, a questão merecia outro tratamento, e é esse tratamento o objecto deste post.

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