sexta-feira, novembro 25, 2011

As freguesias, a Ramirez e a bisca

Ontem, na Assembleia Municipal extraordinária convocada pelo presidente da Assembleia Municipal de Matosinhos, houve vários assuntos em debate. O que mais me atraiu a atenção, confesso, foram os novos factos em torno da possível extinção/agregação de freguesias.
Primeiro: depois da reunião que o Movimento Por Leça manteve com o vereador Correia Pinto, a 21 de Outubro, onde foi referido que seria agendada uma AM extraordinária com a maior brevidade possível, ficámos a saber que o seu agendamento só seria decidido no final da AM de ontem. Que também foi extraordinária.
O presidente da CMM, Guilherme Pinto, revelou que só não tinha participado nas iniciativas da Junta de Freguesia de Leça porque o presidente da Junta sempre afirmou que a sua presença não era necessária.
Ora, na última Assembleia de Freguesia, o mesmo presidente da Junta, questionado sobre a ausência de Guilherme Pinto, afirmou desconhecer a agenda do presidente da Câmara. E assim se entalam dois compadres.

De notar também os avanços e recuos do presidente da Junta de Leça: primeiro era a favor da extinção de freguesias; passou a ser a favor da extinção de algumas freguesias, passou a ser a contra a extinção de freguesias - sendo impulsionador do movimento Freguesias Sempre -, deixou de comparecer nas reuniões do movimento que impulsionou (foi apenas a uma) e, agora, volta a ser a favor da extinção de freguesias, colocando Leça da Palmeira como deixando de ser uma freguesia agregada para ser uma "freguesia potencialmente agregadora". Alguém de Guifões, presente nas galerias, disse, e bem: "Existe alguém que, pedindo o respeito pela sua identidade, parece que está a querer passar por cima da de outros".
Outras informações sobre o mesmo assunto estão na página do Facebook do Movimento Por Leça.

Seguiu-se uma pequena intervenção sobre a Ramirez, que não comentarei uma vez que a minha opinião sobre o assunto será publicada na edição de Dezembro do jornal Notícias de Matosinhos, pelo que não seria correcto divulgá-la aqui.

Entretanto, enquanto se discutiam todas as matérias que, na minha humilde opinião, merecem alguma atenção, e não digo toda, vá, para não ser muito exigente, havia gente com outros afazeres.

O vereador Guilherme Aguiar, eleito pelo PSD e cooptado pelo PS, estava com a cabeça em água enquanto procurava a carta que lhe faltava para completar o jogo de Solitário no seu moderno Ipad.

E assim corre a vida em Matosinhos.

segunda-feira, novembro 14, 2011

Somos Leça!*


Estive entre as pessoas que, no Facebook, criou o Movimento Por Leça, tendo como objectivo evitar a agregação da Freguesia de Leça da Palmeira. Depois, foi necessário dar corpo às quase 800 pessoas que aderiram, em meia-dúzia de dias, à página do Movimento. Para isso, foi agendada uma Assembleia Popular, que depois proporcionou o episódio lamentável que conhecemos. É certo que esta não é a altura para fazer avaliações políticas sobre este processo, mas este e outros casos não serão esquecidos; quando Leça vir assegurada a sua continuidade enquanto Freguesia, tudo o que se passou, com todos os protagonistas, voltará a estar em cima da mesa.

Por agora, centremo-nos em Leça da Palmeira, que é o que está em causa, aliás, foi o que sempre esteve em causa, apesar de um ou outro ego mais crescido.
Leça há-de ser sempre Leça, mas, para isso, é preciso que o Poder Local seja de facto a forma mais próxima de democracia, para lá dos porcos no espeto e dos subsídios às colectividades.

É fundamental que o Povo deixe de ver o Poder Local como “jobs for the boys”, como foi caracterizado pelo ex-ministro Teixeira dos Santos em plena Assembleia da República. Aliás, nestas mesmas páginas, referi a possibilidade de Matosinhos se juntar a Leça da Palmeira, tendo em conta a Reforma do Poder Local preparada pelo governo PS e levada a cabo pela coligação PSD-CDS.
Leça da Palmeira precisa de uma Junta de Freguesia, independentemente da avaliação política que se faça de quem a conduz.

O primeiro passo para recuperar a confiança perdida é servir de exemplo, mostrar que estão a servir e não a servir-se, sem jogadas de bastidores que permitam capitalizar mais uns votos para ter o poder pelo poder ou o poder pelo cargo.

Situações como as de deputados municipais que fazem negócios que lhes permitem fazer fortunas em dez minutos, são inaceitáveis e tiram força àqueles que, em defesa do poder democrático conquistado com o 25 de Abril, pretendem efectivamente servir o Povo.

Leça há-de ser Leça e sê-lo-á através da luta de todos os leceiros e de todos aqueles que pretendam aderir à causa.

Somos Leça!

*Artigo publicado na edição de Novembro do jornal Notícias de Matosinhos, escrito antes da concentração de dia 12 de Outubro, que motivou a escrita do post anterior.