terça-feira, dezembro 20, 2011

O emigrante

Hoje fui dar uma volta ao Twitter. Assim, sem mais nem menos, aparece-me uma posta qualquer do Duarte Marques, deputado da nação e presidente da JSD. Perguntei-lhe o que achava a JSD sobre os constantes apelos à emigração dos jovens e dos professores, primeiro por um secretário de Estado, depois pelo Primeiro Ministro, respectivamente.

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Respondeu-me que era "demagogia", uma resposta política de político, completando que quando "tanto se falava de mobilidade só porque é o PSD a falar nisso é um escândalo". Não sei o que me preocupa mais, se a notória imbecilidade da personagem, se a notória imbecilidade de todos os que ajudaram a eleger este senhor. Quem tiver paciência - muita - pode ir àquela rede social e observar a conversa.

Ora, eu não emigro, não quero. O Duarte Marques, segundo o próprio, emigrou durante cinco anos. perguntou-me se achava mal que as pessoas saíssem do país para voltarem com mais formação. Não, não acho. Acho que quem sair desta estrumeira em que vivemos dificilmente voltará. Mas isso sou eu.

No entanto, o Duarte Marques nunca foi um em emigrante. Duarte Marques foi, durante cinco anos, assessor do PSD no Parlamento Europeu e voltou a Portugal nas últimas eleições, como deputado.

Isso, menino, não é emigrar. Emigrar é saíres do teu país e ires arruinar os pulmões para as minas de Léon. Emigrar é saíres daqui e ires trabalhar nas obras em França. Emigrar é fuçares o jornal à espera de um qualquer país que peça gente qualificada para trabalhar e isso tu nunca fizeste.

Isso, menino, não é emigrar. Isso é o início de uma carreira, certamente promissora, na política. E tu, tão novinho, és mais um boy. Um dia chegarás, se o Povo quiser, a uma qualquer secretaria de Estado e serás um herói quando te olhares ao espelho, porque o que te preenche essa cabecinha não há-de dar para mais.

Desejo-te as maiores felicidades. Ou não, porque mentir é feio.

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